domingo, 13 de setembro de 2009

Tirando por mim


Tirando por mim
Conheço a tendência do ser humano. Tantos planos, tantas epifanias, tantos sonhos, tanta vontade de subir ao palco, deslizar de joelhos solando um rif de guitarra.
Apresentar um projeto social para a comunidade, sugestão de ações sociais com crianças e jovens menores de idade.
Visitar os asilos com livros de conto, poesia e diversidade - e ler para quem leu tanto a vida.
Colocar nariz de palhaço e visitar crianças com mazelas fora de hora - nunca tem hora.
Todos, num dado momento, pensam isso. Mesmo que seja quase imperceptivel, logo degolado pele ego-a-esmo. Mesmo que passe como um trem-bala, mas passa.
Os que choram, sentindo os olhos arderem, o pulmão inchar ao ver um filme tocante, em que um médico revoluciona o tratamento.
Ao ver o ser humano e não o doente, a ser paciente com o paciente. Eis que percebemos a beleza lá que há aqui, dentro.
Ao ver um jovem se fazer de corretor e ajudar pessoas em situações de risco, crise familiar...
Sentimos um magnetismo, pois somos humanos de corações fertéis. Todos temos a semente Amor pronta para ser semeada ,todos temos terra boa.
E o mundo, a evolução ensinou que tá fora de moda amar, que emprestar, ajudar, fazer multirão, dividir o pão... não aquece a economia, não nos leva ao shopping. E assim , vemos que tudo que é nosso como apenas nosso, exclusivo. Até o que não precisamos mais, mas é nosso!
Ao ponto de um aperto de mão, um carinho, uma hora do dia para visitar creches e hospitais, ong´s, asilos... esse tempo também é só nosso'', aliás - é dinheiro.
Todos um dia já falaram: ''tempo é dinheiro''. E ao falar, se tornam cada vez mais ilha, cada vez mais patriota, com orgulho austero do país, da religião, da cor, do estado, da cidade, do bairro, do partido, do time, do carro, do trabalho, da família, do caos.
C.A.O.S
=
Coração
Amedrontado
Omite
Solidariedade

domingo, 17 de maio de 2009

Insight



vou além
com o sono
brindo os astros
lembro de Castro Alves...
madrugada - momento que traduz o limiar
enquanto tantos dormem, há quem esteja compartilhando a mesma frequência
sintonizando na mesma confluência
amalgamados no mesmo sulco, umidecidos pela mesma epiderme, humanizados pela mesma plaga
Bailando na infinitude no ritmo dos slides de uma guitarra surreal
e o sono, ele tomba os olhos, eleeee, dá eco às palavrasssssssssss
ele brinca com a gente, vai piscando, deixando-nos vencer
dilatar a pupila algumas vezes
mas a qualquer momento ele dá o bote, literalmente
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sábado, 18 de abril de 2009

Jornada


Jornada

- Quem disse que deveríamos estar aqui??
- Escolhemos nosso destino e tentamos encontrar culpados!
O que você pensa que vai conseguir, meu amigo?
Depois de tudo, de todas as escolhas... você estava em terra firme, dizia não encontrar caminho para onde queria chegar... vislumbraste o mar, testemunhaste seu ímpeto, sua audácia em golpear nossa coragem com suas tempestades imprevisíveis. Você pode retirar seus familiares da embarcação, poderia ter saído com eles, seguido no barco de apoio... mas você ficou, meu amigo... Você ficou!
Como você deseja alcançar seu objetivo? Com lamúrias, afrouxando o braço no remo, imaginando como será ser tragado, abocanhado por uma espécie aquática voraz... sofres antes o que haveria de sofrer... porque não se regozija pelo quem nem pode viver, porque não te alegras pelo que vai encontrar na chegada??? Ah... entendi... você não quer chegar, aliás, você não está pronto para chegar, você está pronto para sucumbir, sabendo que não poderá imergir. Cadê aquele amigo que transbordava vontade! Vontade!...Não tarda para desfalecer, para desaparecer... Não construa castelos de areia na beira do mar... ou construa-os, mas não procure abrigo neles... ou procure, mas não espere resistência. Só vejo sua persistência em largar o remo...
Agora veja! Até o sol, que parecia ausência certa nesta tarde, rasgou as nuvens e flechou um raio de luz na tua face! Fazes o mínimo que podes, já será o bastante.
Eu não sou o mais forte nem o mais corajoso, porém, tenho no inconsciente uma arma maior do que qualquer ciência racional: o instinto de chegar, de resistir e de questionar o limite do homem: não há limite!!
Podemos chegar com este barco aonde desejarmos... Desejando com o sangue, meu amigo!
Infestando seu coração de valores genuínos, meu amigo.... Lembrando de sua história, de quem passou por você e marcou sua memória...
Posso imaginar agora, um coro ovacionando-nos: Bravo! Bravo! Bravo!
Temos uma multidão dentro da gente, só aguarda nossa permissão para remar conosco!
- Vamos, meu amigo! Estibordo.... Bombordo.... 30 graus estibordo... rápido....
- Nos livramos de mais uma ... ufa.... vem outra..... 45 graus bombordo...rápido!
- Levante aquela vela que pendeu com a onda... vamos, lá vem outra...
- E agora?
- Desista dessa vela, hastear a reserva é a solução! Rápido...

(não importa o final...)
(importa o re-inicio daquele que temia passivamente se afogar com a nau)
(agora eles lutam... e pode parecer loucura essa luta desigual... mas que luta se vence de igual para igual?)
(de igual para igual é fluxo perene, equilíbrio ameno)
(Lute, meu amigo! Dentro de você há alvejadores, que norteiam seu leme...seus sentidos dizem pra gozar mais um pouco, quer sempre ludibriar...
Domar a si mesmo é mais árduo que domar um barco numa tempestade intrépida.
Ser solto, livre... não impede... isso difere... sem domínio não és livre...
és vulnerável a qualquer vento.. Não tem hora pra dormir nem pra acordar... nem para acordar.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Além do caminho



Além do caminho

Ver-se-a muita coisa além do caminho

percebendo que os passáros a cantar, as montanhas exalando uma brisa fria e suave, os montes verdes cobertos de árvores... tudo isso estará além do caminho
Já diziam que a viagem é o caminho, já que a vida é uma viagem que pode ser interropida a qualquer hora...no meio do caminho...
Portanto, fazendo do caminho a viagem, estarás sempre chegando e partindo,
sempre inaugurando uma nova estação:
Estação das flores, das cores novas, das árvores robustas, das árvores secas e inusitadas - enraizadas em solo asperoso...
Estação a estação, e vais a viajar e a chegar, cada passo uma viagem, cada parada uma chegada, cada recomeço um partida, cada partida uma saudade, cada saudade uma lembrança, cada lembrança uma verdade: Vivi cada instante, sonhei cada olhar, amei cada cheiro, cada canto...

Encanto...
E encantado irá ver além do caminho
(=Éder Carneiro Cardoso e Silva=)